A vitamina C, ou ácido ascórbico, já é muito conhecida pelos efeitos benéficos no organismo e na pele, principalmente por contar com alta propriedade antioxidante, cuja aplicação tópica permite alcançar níveis que não seriam possíveis com a ingestão de frutas ou de suplementação oral. Mas a vitamina C não serve apenas como antioxidante, sendo eficaz também para o tratamento de inflamações, manchas, envelhecimento e até mesmo para a proteção contra os efeitos da radiação solar. Para ajudar a entender melhor sobre este ativo e seus efeitos, o pesquisador em Cosmetologia Lucas Portilho, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma, explicou cada uma de suas funções. Confira:
Ação anti-inflamatória: “A Vitamina C pode ser utilizada no tratamento da acne e rosácea, além de conseguir prevenir processos de hiperpigmentação pós-inflamatória. Isso porque o ingrediente inibe o Fator Nuclear Kappa B (NF-kB), complexo proteico responsável pela ativação de diversas citocinas e interleucinas pró-inflamatórias, moléculas que participam da comunicação entre as células e desempenham um papel importante na regulação do sistema imunológico, acelerando o processo inflamatório".
Fotoproteção: “Os radicais livres gerados pela radiação ultravioleta desencadeiam reações que causam diversos danos às células, como alterações químicas diretas ao DNA celular e à membrana celular e a quebra de proteínas, como colágeno e elastina, além de acelerarem o envelhecimento cutâneo e estimularem a produção de mediadores que contribuem para a inflamação. Então, a Vitamina C é efetiva contra os raios UVB e UVA, pois, apesar de não absorver a luz ultravioleta como os filtros solares químicos, exerce ação fotoprotetora ao neutralizar os radicais livres. Além disso, quando associada a formulações de filtros solares físicos, a Vitamina C ainda aumenta a disposição de minerais, como zinco e titânio, na pele, reduzindo assim a necessidade de reaplicações".
Propriedade despigmentante: “Os agentes dispigmentantes podem agir por diversos caminhos de ação diferentes, seja pela destruição dos melanócitos ou pela interrupção de processos chave na produção da melanina. A Vitamina C encaixa-se no segundo grupo, pois age interagindo com íons de cobre nos sítios de ativação da tirosinase, inibindo assim a ação desta enzima e, consequentemente, diminuindo a formação de melanina”.
Ação Anti-Aging: “A ação antioxidante, fotoprotetora e despigmentante da Vitamina C já a colocam entre um dos ativos rejuvenescedores mais eficazes. Mas a aplicação tópica da Vitamina C ainda induz a síntese de colágeno tipo I e III, atuando como composto essencial para a atividade das enzimas lisil e polilhidroxilases, responsáveis pela estabilização e cross-linking das moléculas de colágeno”.
Segundo Lucas Portilho, a Vitamina C está disponível no mercado em diversas formas, porém em muitas ela está oxidada, pois o composto é quimicamente instável, perdendo rapidamente suas propriedades quando entra em contato com a luz, o oxigênio e o calor. Por isso, o ideal é que você de preferência para produtos cuja vitamina é apresentada em nanocápsulas, isto é, encapsulada em micropartículas. “É importante também que você consulte um dermatologista antes de iniciar o uso de qualquer ativo. Apenas ele poderá avaliar o seu caso e indicar o melhor tratamento, com ativos específicos em concentrações corretas”, finaliza.
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