SAÚDE

Artigo: O câncer é o resultado de uma evolução desordenada

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano passado registaram-se em todo o mundo, 18 milhões de novos casos de câncer e 9,6 milhões morrerão por causa dele

Artigo: O câncer é o resultado de uma evolução desordenada “Nossa adaptação genética não alcança a acelerada evolução que proporcionamos em nossa vida”
Crédito: BANCO DE IMAGENS

Por Fabiano de Abreu Rodrigues

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano passado registaram-se em todo o mundo, 18 milhões de novos casos de câncer e 9,6 milhões morrerão por causa dele. Duas em três pessoas nascidas hoje poderão desenvolver câncer, segundo cientistas britânicos da Câncer Research UK.

O câncer já é uma epidemia e este ano de 2020 marca um dado curioso já que muitas das grandes mudanças de impacto na humanidade se desencadearam durante a segunda década dos séculos em questão, seja o início da propagação da peste bubónica no século XIV ou o crash das bolsas no século passado.

Mas deixando aspetos curiosos à parte, venho buscando respostas para esta doença que é a mais temível da atualidade. Ela faz parte do nosso cotidiano, comentada nas mesas de almoço quando olhamos o que comemos, quando cozinhamos e devido a tantos casos de pessoas conhecidas que enfrentam ou enfrentaram a doença. Aprofundando as minhas concepções sobre a doença e seus motivos, levei em frente uma pesquisa baseada nos dados já confirmados, em estudos que fiz em sites confiáveis na internet e também com o apoio da arqueóloga portuguesa Joana Freitas, para que eu chegasse a uma teoria que parecia um pouco óbvia mas precisaria de aprofundamento. 

“Nossa adaptação genética não alcança a acelerada evolução que proporcionamos em nossa vida.” 

O câncer se deve a um desfasamento entre evolução material, vivencial e a evolução da adaptação genética, ou seja, o ser humano está mudando os seus comportamentos e hábitos, com especial foco nos alimentares e de rotina de forma tão repentina que, se comparado com o tempo que o ser humano necessita para evoluir geneticamente para fazer face a uma mudança, não há uma sintonia evolutiva.   

Nos últimos dez mil anos, o ser humano evoluiu e desenvolveu novos costumes de forma repentina comparado ao panorama evolutivo geral. Precisamos de milhares de anos para evoluir e adaptarmos as novas situações como consequência dos costumes. Em dez mil anos criamos tantas mudanças, tantas situações em que a adaptação seria necessária e isso está causando uma confusão em nosso organismo. Não podemos esquecer que dez mil anos são segundos no global da história evolutiva humana e para cada alteração é necessário mais tempo do que isso.

Nosso organismo precisa de um tempo para adaptar-se às mudanças. Esta adaptação, que é passada também geneticamente, não teve o tempo hábil para adquirir algumas dessas nuances e, por isso, sofre suas consequências.

“O percentual de pessoas com câncer relativo ao número de habitantes está a aumentar gradativamente.” 

Como gosto de buscar exemplos e estatísticas para as teorias, fiz uma busca dos maiores casos de mortes e tipo de câncer. 

PULMÃO – O mais perigoso

Com 1,2 milhão de novos casos a cada ano, esse é o tipo de câncer mais comum e também o que mais mata no mundo. 

Um câncer como consequência do cigarro e da poluição, todos mecanismos de uma nova era criada por nós em que não conseguimos adaptar-nos. 

MAMA – Problema nacional

É o câncer que mais mata mulheres, no mundo todo, surgem cerca de 1 milhão de casos anualmente.

Ele está relacionado ou a falta de filhos ou a maternidade tardia. A prova disso é que a maioria dos casos são em mulheres acima de 30 anos e que não tiveram filho ou tiveram filho tarde. O corpo feminino foi projetado para ter filhos e desde a pré história até a idade medieval as mulheres tinham filhos cedo. O organismo ainda não adaptou-se aos novos costumes e por isso as consequências. 

COLO-RETAL – Sintomas tardios

Esse câncer, que atinge a região do intestino grosso e do reto, é o terceiro tipo mais comum no mundo, com 940 mil novos casos por ano.

Ele está relacionado a alimentação e o país com o maior número de casos, é o que come mais comida industrializada, Estados Unidos. Está relacionado a obesidade e sedentarismo. Não éramos obesos há mais de dez mil anos e também não éramos sedentários. Nossa alimentação era o resultado da alimentação necessária para termos evoluídos até então. 

FÍGADO – Evolução assustadora

Quinto colocado em incidência (com 560 mil novos casos anuais), é o terceiro que mais mata. Geralmente está associado ao alcoolismo e à hepatite B e C, mas a doença também pode ser provocada pelo consumo de grãos mal armazenados, nos quais crescem fungos que produzem toxinas cancerígenas.

Também está relacionado a industrialização e nunca consumimos tanto álcool na história da humanidade. 

MELANOMA – Raro, mas temido

O melanoma é um câncer pouco incidente. São cerca de 130 mil novos casos por ano, o que corresponde a só 5% de todos os casos de câncer de pele do mundo. 

Os povos, após os descobrimentos, migraram para regiões às quais a sua pele não estava adaptada. Pessoas brancas são as que mais sofrem da doença e principalmente que estão em regiões que não são nativas. 

Porquê do câncer? 

O câncer está ligado não só a questão da adaptação genética alimentar, mas também às mudanças no mundo com esta evolução tecnológica acelerada.

O câncer em um âmbito geral, é a consequência da não adaptação temporal às mudanças.
Tudo está relacionado ao fato de estarmos, de forma muito rápida, tentando mudar a natureza evolutiva.

A cura é tão difícil pois, a doença não é ocasionada por um vírus, nem uma bactéria, nem um ser hospedeiro. Não é uma influência externa e sim interna.

Possível cura

A resposta para a cura do câncer pode ser na tentativa de seguir padrões baseados nos exemplos de civilizações antes da epidemia da doença.

Conclusão

Acredito na lenda em que a tristeza promove o câncer pois a tristeza baixa a imunidade e nos deixa mais vulneráveis e, assim, qualquer força maligna dentro de nós ganha força.

Como somos parte de uma herança genética, temos uma vulnerabilidade a certos tipos de câncer baseado em nossos antepassados por isso temos que estar atentos ao tipo de câncer que possa ter matado um ascendente e, assim, procurar uma vida que não aumente as probabilidades de ter a doença.

O câncer é uma doença que se propaga com a "modernidade". Os nossos hábitos que se estabeleceram gradualmente desde que nos tornamos populações sedentárias tiveram grande impacto neste aumento da doença. O nosso modo de vida fez com que vivêssemos mais tempo, o que também é um fator que contribui para o aumento de casos mas, a par desta situação temos outras. Como seres sedentários já não nos movimentamos tanto, ingerimos uma quantidade astronômica de comida processada, o consumo de bebidas alcoólicas aumentou exponencialmente, o consumo de tabaco e associados igualmente, preferimos os meios urbanos para habitar com todos os riscos que acarretam sobretudo a poluição, a reprodução é cada vez mais tardia e os nossos ciclos ativos e de repouso já não se dão de acordo com o ciclo dia/noite. 

“A modernidade tem um preço e pode estar a matar-nos aos poucos.”

Texto e pesquisa de autoria do filósofo e pesquisador Fabiano de Abreu, membro da Mensa, associação de pessoas mais inteligentes do mundo. Especialista em estudos da mente humana e criador do ‘Ponto Final’ onde as teorias são avaliados por uma neuropsicóloga e psicóloga e uma arqueóloga. 


Autor: Fabiano de Abreu Rodrigues é jornalista, empresário, escritor, filósofo, formado em psicanálise, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também  correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Paraguai e Portugal. Atualmente trabalha no seu novo livro ‘Filosofando a Imprensa’, um novo conceito de imprensa vinculado a filosofia. 

Fabiano de Abreu

Jornalista e Assessor de Imprensa

Jornalista e assessor de imprensa, criador do termo fashion-fitness e lançando agora o termo fashion-fitness-esportista, criou 25 personagens fitness para imprensa, prêmio do melhores do ano 2016 como o melhor assessor de imprensa do Brasil, suas matérias são assinadas por médicos e formados de diversas áreas

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