ALIMENTAÇÃO & NUTRIÇÃO

Nutrólogo lista 10 mitos e verdades sobre o cacau

Confira ainda uma super dica de como comer o tão querido chocolate sem culpa 

Nutrólogo lista 10 mitos e verdades sobre o cacau Nutrólogo lista 10 mitos e verdades sobre o cacau
Crédito: BANCO DE IMAGENS

Hoje, 26 de março, é comemorado o Dia do Cacau, um dos queridinhos dos brasileiros por estar atrelado ao chocolate. Mas você sabia que ele vai muito além do doce? Acredita-se que o cacau tenha sido usado pela primeira vez pela civilização maia da América Central e foi introduzido na Europa pelos conquistadores espanhóis no século 16, mas ele rapidamente se tornou popular como um medicamento para a promoção da saúde.  

 

O nutrólogo Allan Ferreira, especialista em terapia nutricional, do Hospital Anchieta de Brasília, explica que foi um longo processo até chegar ao que conhecemos hoje. Ele pontua que cacau em pó, por exemplo, é feito esmagando os grãos de cacau e removendo a gordura ou a manteiga do fruto. "Hoje, o cacau é mais famoso por seu papel na produção de chocolate. No entanto, pesquisas modernas revelaram que ele realmente contém compostos importantes que podem beneficiar a nossa saúde", destaca.  

 

Pensando nisso, o Dr. Allan conferiu dez questões sobre o cacau. Será que ele é realmente bom para saúde? Confira:  

 

1- Rico em polifenóis que fornecem vários benefícios à saúde - Os polifenóis são antioxidantes naturais encontrados em alimentos como frutas, vegetais, chá, chocolate e vinho. Eles foram associados a inúmeros benefícios à saúde, incluindo redução da inflamação, melhor fluxo sanguíneo, redução da pressão arterial e melhora dos níveis de colesterol e açúcar no sangue. O cacau é uma das fontes mais ricas de polifenóis e é especialmente abundante em flavonóides, que possuem potentes efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.  

 

2- Pode reduzir a pressão arterial elevada - O cacau, tanto em pó quanto em chocolate amargo, pode ajudar a reduzir a pressão arterial. Esse efeito foi observado pela primeira vez em pessoas na América Central que bebiam preparações com cacau e tinham pressão arterial muito mais baixa do que seus parentes que não bebiam cacau. Acredita-se que os flavonóis do cacau melhorem os níveis de óxido nítrico no sangue, o que pode melhorar a função dos vasos sanguíneos e reduzir a pressão arterial.  

 

3. Pode reduzir o risco de ataque cardíaco e derrame cerebral- Além de reduzir a pressão arterial, o cacau tem outras propriedades que podem reduzir o risco de ataque cardíaco e derrame. Sua riqueza em flavonóides melhora o nível de óxido nítrico no sangue, que relaxa e dilata as artérias e vasos sanguíneos e, consequentemente, melhora o fluxo sanguíneo. Também descobriu-se que o cacau reduz o colesterol LDL "ruim", tem um efeito de afinamento do sangue semelhante à aspirina, melhora o açúcar no sangue e reduz a inflamação. Essas propriedades foram associadas a um menor risco de ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e derrame.  

 

4. Os polifenóis melhoram o fluxo sanguíneo para o cérebro e a função cerebral - Os flavonóis do cacau podem apoiar a produção de neurônios, a função cerebral e melhorar o fluxo sanguíneo e o fornecimento ao tecido cerebral. Eles podem ter um papel na prevenção da degeneração cerebral relacionada à idade, como na doença de Alzheimer, mas são necessárias mais pesquisas.  

 

5. Melhora do humor e os sintomas de depressão por vários meios - O cacau pode exercer alguns efeitos positivos sobre o humor e os sintomas de depressão, reduzindo os níveis de estresse e melhorando a calma, o contentamento e o bem-estar psicológico geral. Não se sabe se isto é resultado de substâncias neuropsicoativas como a teobromina, teofilina, triptofano, ou se também pelo efeito neurossensorial de se degustar um bom chocolate.  

 

6. Flavanóides podem melhorar os sintomas da diabetes tipo 2 - Embora o consumo excessivo de chocolate certamente não seja bom para o controle do diabetes, o cacau tem, de fato, alguns efeitos antidiabéticos. O fruto e o chocolate amargo podem reduzir o risco de diabetes e manter níveis saudáveis de açúcar no sangue. No entanto, existem alguns resultados conflitantes nas evidências científicas, em virtude do uso de açúcar e gorduras na preparação dos mesmos, portanto, mais pesquisas são necessárias.  

 

7. Pode ajudar no controle de peso de muitas maneiras surpreendentes - De forma um tanto paradoxal, a ingestão de cacau, mesmo na forma de chocolate, pode ajudar a controlar seu peso. Acredita-se que o cacau pode ajudar regulando o uso de energia, reduzindo o apetite e a inflamação e aumentando a oxidação da gordura e a sensação de saciedade. No geral, o cacau e os produtos ricos em cacau podem ser úteis para alcançar a perda ou manutenção de peso, mas são necessários mais estudos.  

 

8. Pode ter propriedades protetoras do câncer - Flavonóides em frutas, vegetais e outros alimentos têm atraído muito interesse devido às suas propriedades de proteção contra o câncer, baixa toxicidade e poucos efeitos colaterais adversos. O cacau tem a maior concentração de flavonóides de todos os alimentos por peso e pode contribuir significativamente para a quantidade em sua dieta.  

 

Estudos em tubos de ensaio sobre componentes do cacau descobriram que eles têm efeitos antioxidantes, protegem as células contra danos de moléculas reativas, combatem a inflamação, inibem o crescimento celular, induzem a morte de células cancerosas e ajudam a prevenir a disseminação de células cancerosas. Os flavonóides do cacau demonstraram ter propriedades anticancerígenas promissoras em estudos em tubos de ensaio e animais, mas faltam dados de testes em humanos.  

 

9. Teobromina e teofilina podem ajudar pessoas com asma  

A asma é uma doença inflamatória crônica que causa obstrução e inflamação das vias aéreas e pode ser fatal. Acredita-se que o cacau pode ser benéfico para pessoas com asma, pois contém compostos anti-asmáticos, como teobromina e teofilina. A teofilina ajuda a dilatar os pulmões, a relaxar as vias respiratórias e a diminuir a inflamação. Portanto, embora esta seja uma área interessante de desenvolvimento, é muito cedo para dizer como o cacau pode ser usado no tratamento da asma.  

 

10. Sistema imunológico  

De acordo com um estudo publicado no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, o cacau foi revelado como um alimento com propriedades imunorreguladoras. Ou seja, ele influencia o sistema imunológico, em particular a resposta inflamatória inata e a resposta imunológica adaptativa sistêmica e intestinal. Credita-se a este efeito positivo, a presença de elevada quantidade de zinco e de antioxidantes e flavonóides com intenso efeito anti-inflamatório.  

 

"Apesar de todas estas vantagens, temos que avaliar o cacau não apenas pelas suas características nutricionais, mas também pela forma que é preparado. Sabemos que muitos chocolates apresentam baixa quantidade de cacau (menos de 20-25%) e elevada quantidade de gorduras e açúcares, por exemplo", afirma. Ele conclui: "A orientação é buscar preparações pobres em gordura e açúcar, e com elevado teor de cacau, acima de 70%".  

 

Coma sem culpa  

Desenvolvido inicialmente para ajudar na deglutição de medicamentos, o chocolate terapêutico ganha cada vez mais espaço. Isso porque é um produto fácil de administrar, tem sabor agradável ou pode mascarar o gosto desagradável de alguns fármacos. Aiessa Balest, consultora farmacêutica da Farmacotécnica explica que hoje, esses produtos também são funcionais e podem ajudar a reduzir a vontade de comer doce, a emagrecer, tratar a TPM e entre outros.  

 

"A base do chocolate terapêutico contém 70% de cacau, não contém açúcar, glúten, lactose e é adoçado com stévia", descreve. Ela aponta que ele pode ser prescrito pelo médico, nutricionista ou farmacêutico. "Hoje podemos adequar algumas fórmulas para usar o chocolate terapêutico, uma das que mais saem no mercado é a anti-doce", pontua.  

 

Conforme a especialista, ele é indicado para pessoas em dieta de emagrecimento. "A função dele é diminuir a compulsão alimentar, a resistência à insulina, além de regular os níveis glicêmicos, controlar a ansiedade e, claro, a vontade de comer doce", finaliza.

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