Dr. Edson Carlos Z. Rosa
Cirurgia da Face
Fisiologia Humana Geral e do Esporte
Doutor em Ciências Médicas (h.c)
Pesquisador em Medicina Metabólica Humana com foco no esporte e exercício
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Sabemos que os exercícios físicos são de extrema importância para o equilíbrio bioquímico/endócrino, físico e mental e devem ser praticados de forma frequente, como um hábito diário, no decorrer de todo o ano, percorrendo todas as estações climáticas e não somente em períodos como o verão, quando a exposição de corpos nas praias é mais frequente.
A seguir, vamos falar sobre a influência metabólica do exercício no equilíbrio emocional e energético.
TIPOS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS E AÇÕES NO METABOLISMO HUMANO
É importante mencionar que os exercícios físicos variam quanto ao tipo de metabolismo energético que estimulam no corpo, nesse caso existem os exercícios aeróbicos que utilizam o oxigênio para a formação de ATP (molécula de energia), assim como também existem os exercícios ditos como anaeróbicos que não utilizam oxigênio para a formação de energia (ATP).
Os exercícios do tipo aeróbicos são caracterizados por atividades de baixa a moderada intensidade com duração de tempo continua e constante.
Alguns exemplos de atividades aeróbicas são a corrida, ciclismo, caminhada acelerada e contínua, dentre outras. Já os exercícios com características anaeróbicas são aqueles em que ocorre uma alta intensidade de contração muscular para sua execução, tempo curto de duração e divisão em séries, ou seja, uma atividade intervalada. Dentre os exercícios anaeróbicos existentes, destaco a musculação e esportes como o boxe, basquetebol, dentre outros.
Associado à possibilidade de prática caseira, destaco os exercícios de musculação como um excelente método de manutenção de saúde, quando feito da forma correta e acompanhado por um profissional habilitado, pois promove diversos benefícios, tais como: melhora da capacidade neuromuscular, melhora da força muscular, melhora do sistema imunológico, melhora da saúde cardiovascular, equilíbrio bioquímico e hormonal, melhora do humor, combate a depressão, melhora da massa muscular, principalmente em pacientes idosos que desenvolvem perdas gradativas de massa muscular com o avanço da idade (evento que chamamos de sarcopenia), emagrecimento, dentre outros.
Porém, para indivíduos sedentários que nunca praticaram nenhum tipo de atividade física é recomendado que o mesmo procure uma orientação médica, afim de verificar como anda sua saúde em geral.
Com resultados positivos de plena saúde geral, o indivíduo poderá iniciar a prática de atividades físicas com plena segurança, tendo uma melhor qualidade de vida, manutenção da saúde e o mais importante de tudo que é o equilíbrio físico/mental.
INFLUÊNCIAS IMUNOLÓGICAS DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS NO ORGANISMO HUMANO
Podemos dizer que o exercício é conhecido por ter grande impacto no funcionamento do sistema imunológico, pois a prática de exercícios moderados a intensos, feitos regularmente, tem mostrado melhora da resposta imunológica à vacinação, diminuição do estado inflamatório crônico e melhora dos diversos marcadores imunológicos de doenças como câncer, HIV, doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.
Sabemos, também, que a manutenção do exercício físico no contexto atual pós-pandemia, é de fundamental importância, pois os glicocorticoides (como o hormônio cortisol) podem ser potencialmente elevados, podendo inibir muitas funções importantes do nosso sistema imune (evento que chamamos de imunossupressão).
FISIOLOGIA IMUNOLÓGICA X EXERCÍCIOS FÍSICOS
A capacidade de células imunológicas tipo T de se multiplicarem em resposta a agentes infecciosos é normalmente limitada, assim como a capacidade de certos linfócitos efetores de reconhecer e agir contra células defeituosas (cancerosas ou infectadas por algum vírus, como o coronavírus, por exemplo).
Por outro lado, cada sessão de exercício físico pode mobilizar o transporte de células imunológicas, principalmente as efetoras, para reservatórios sanguíneos, como baço e medula óssea, para posteriormente migrar para os órgãos e tecidos linfoides secundários como pulmões e intestino, aonde poderá ser necessária maior defesa imunológica.
Além disso, libera várias citocinas como IL-6, IL-7 e IL-15 que possuem como função o deslocamento de células imunes para áreas de infecção, promovendo a produção de novas células T do timo, estimulando consequentemente a produção de células T periféricas e NK.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desta forma, podemos dizer que a influência do exercício físico regular no metabolismo humano acarreta uma recirculação frequente de células imunológicas, estimulando sua produção através de citocinas pró-inflamatórias, criando um ambiente imunológico mais potencializado, contribuindo para que os indivíduos praticantes se tornem mais resistentes a infecções, principalmente nesses tempos pós-pandemia.
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