ESPORTES & EXERCÍCIOS

Esportes de alto rendimento: Os riscos da prática sem acompanhamento médico

O monitoramento médico é crucial para entender o tempo de descanso, recuperação, evitar lesões, fazer o controle de dores e problemas cardíacos

Esportes de alto rendimento e os riscos da prática sem acompanhamento médico Esportes de alto rendimento e os riscos da prática sem acompanhamento médico
Crédito: BANCO DE IMAGENS

Esportes de alto rendimento, à medida que o tempo passa, trazem consequências severas e negativas aos seus praticantes. O acompanhamento e monitoramento médicos são cruciais para entender o tempo de descanso, recuperação, evitar lesões, fazer o controle de dores  e problemas cardíacos. Mas, não só essas atividades devem ser assistidas de perto por profissionais da saúde.

 

De acordo com o médico ortopedista mineiro, especializado em coluna vertebral e diretor do NOT – Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte, Daniel Oliveira, independente da atividade física escolhida, é importante fazer uma avaliação prévia com clínico geral, cardiologista e ortopedista para saber se está apto a iniciá-la, saber quais modalidades são indicadas e quais os limites de esforços possíveis. “A avaliação e o acompanhamento com educador físico gabaritado e fisioterapeuta esportivo também são fundamentais para se evitar o risco de lesões e conseguir tirar o máximo possível de benefícios do exercício. Começar a prática sem passar por todo esse processo pode trazer danos  à saúde". De acordo com Daniel, quando falamos  daqueles que já são fisicamente ativos e que realizam treinos muito pesados e com excesso de esforço físico, essa assistência integrada se faz ainda mais importante, afinal, nosso corpo emite sinais a todo o momento. Precisamos escutá-los e, principalmente, entender e respeitar o que ele está dizendo.

 

O fisioterapeuta esportivo, Vitor Alvarenga, ressalta que nosso corpo não é adaptado para realizar competições de alto rendimento. Segundo o especialista, ele é moldável para  realizá-las.  Para isso é necessário estar bem preparado, treinando coordenação, equilíbrio, biomecânica e toda parte específica do esporte. “Para chegar a um nível competitivo, isso demanda alguns anos de treinamento. Além de buscar treinos que elevem nossa capacidade física, como treinos intensos, temos de ter também os mais leves, que são regenerativos".

 

O médico ortopedista, Daniel Oliveira, relata que, quando colocamos nosso organismo em situações físicas desgastantes como campeonatos, maratonas e treinos muito intensos, nós levamos nosso corpo a quase o limite, assim, as lesões ortopédicas de toda ordem acabam se tornando algo muito comum. “Por isso o acompanhamento não deve ser realizado apenas antes de dar início à atividade, mas durante todo o processo. Esse monitoramento evita que o atleta tenha prejuízos, muitas vezes irreversíveis”, conta.

 

Ainda segundo o especialista em coluna vertebral, Dr. Daniel, entre os principais riscos do esporte de alto rendimento, mesmo se falarmos sobre atletas amadores, há um elevado grau de competitividade, seja com ele mesmo, em busca de novos recordes, como com outros esportistas. Isso faz com que aconteça um desgaste físico muito grande e, infelizmente, ele acaba sendo degradante, levando a tensões, lesões ósseas e musculares. “Elas variam de acordo com o esporte praticado. No futebol, por exemplo, a maioria dos jogadores acaba sofrendo com o estiramento muscular da coxa, ruptura de ligamentos do joelho ou torção articular do tornozelo, diferente do basquete, em que os atletas tendem a ter mais entorses no tornozelo, tedinopatia patelar, crondromalácia patelar, lombalgia e hérnia de disco. Os de vôlei acabam sentindo mais o tornozelo, joelho, ombro e mãos, já os nadadores profissionais,  os ombros, joelhos, tornozelos e cotovelos, articulações extremamente utilizadas. Se analisarmos os corredores, teremos outros tipos de problemas como a fascite plantar, a tendinite do calcâneo, inflamação na canela (canelite), entorse no tornozelo, condromalácia patelar (Joelho de Corredor) e lombalgia aguda".

 

Para o fisioterapeuta Vitor, esse risco acontece, principalmente, quando a pessoa não busca a ajuda de um profissional ou comete excessos. “A melhor forma de prevenção é sempre fazer um trabalho paralelo com fisioterapeutas. Trabalhos de postura, flexibilidade, mobilidade e de recovery em geral fazem com que o corpo esteja melhor preparado para o dia seguinte. Além disso, é esse profissional que vai entrar também com exercícios de estabilidade e de fortalecimento específicos, de acordo com a necessidade e avaliação do atleta".

 

Daniel Oliveira explica que, atualmente, graças ao avanço da medicina e dos estudos envolvendo lesões, a maioria delas pode ser tratada através de medicações, fisioterapia e cirurgias. Elas podem se tornar crônicas se o atleta não fizer esse acompanhamento de perto e se não forem cuidadas no momento correto.

 

Vitor pondera que, o que pode existir é uma dificuldade de voltar ao esporte. “Isso acontece principalmente porque há um processo doloroso de recuperação, você perde um pouco de mobilidade e a sua condição física vai lá embaixo. Esses são alguns fatores que dificultam a volta. Mas, na maioria dos casos, fazendo um bom trabalho fisioterapêutico a pessoa consegue retornar ao esporte", declara. Com ele, o profissional tem condições de avaliar e moldar o tratamento do atleta de forma individualizada, passando por terapia manual, analgesia, alongamento, fortalecimento etc, para, em último caso, recorrer à intervenção cirúrgica, caso necessário.

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