SAÚDE

Transtorno Depressivo Persistente: Como o distúrbio afeta as células imunes?

O TDP pode gerar sintomas depressivos por décadas, mas estudos recentes apontam efeitos negativos também nas células imunes do corpo

Transtorno Depressivo Persistente: Como o distúrbio afeta as células imunes? Transtorno Depressivo Persistente: Como o distúrbio afeta as células imunes?
Crédito: FOTO: Boa Consulta

O TDP - Transtorno Depressivo Persistente - também conhecido como Distimia, é uma doença caracterizada por uma depressão constante que varia de leve a moderada, humor triste e sintomas depressivos, apesar de ser considerada mais leve que a depressão (Transtorno Depressivo Maior - TDM) pode ser uma porta de entrada para o distúrbio.

 

Sua principal característica é a duração dos sintomas, que podem durar décadas. Normalmente, consiste em sintomas depressivos que duram mais de 2 anos em adultos e, pelo menos, um ano em crianças e adolescentes, os efeitos já conhecidos como introversão e melancolismo podem ser acompanhados de efeitos negativos nas células imunes no organismo.

 

É o que defende o PhD neurocientista, biólogo e autor do artigo “Neuroanatomia em pacientes com transtorno depressivo persistente e as alterações das células imunes”, publicado pela Revista Multidisciplinar de Ciência Latina, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

 

“No campo da neurociência, tem sido questionadas as alterações que os transtornos depressivos podem causar nas células imunes".

 

“Os estudos mais recentes neste campo têm demonstrado que as pessoas que sofreram de TDP, [...] apresentam aumento da deformabilidade celular em monócitos e neutrófilos (grupo de células do sistema imunológico que tem a função de defender o organismo de corpos estranhos, como vírus e bactérias)", afirma no estudo.

 

O artigo também mostra os perigosos efeitos de transtornos depressivos nas células sanguíneas - glóbulos brancos e vermelhos - podendo afetar seu importante papel imunológico de impedir a entrada de micro-organismos nos tecidos do corpo.

 

“Resultados sugerem   que   distúrbios   depressivos   estão   associados   a um   aumento   geral   na deformabilidade das células sanguíneas, [...] os eritrócitos [glóbulos vermelhos] e os linfócitos [glóbulos brancos] foram mais deformáveis no transtorno depressivo persistente presente".

 

Os impactos do TDP no sistema imunológico acendem um alerta para os efeitos da depressão na imunidade do indivíduo, o que o torna mais vulnerável a demais enfermidades, por isso, o Dr. Fabiano de Abreu indica ainda em seu artigo alguns comportamentos que auxiliam na prevenção e controle do TDP.

 

• Moderação no uso de álcool e drogas recreativas

• Incluir lazer na rotina

• Fazer atividades relaxantes

• Se exercitar com frequência

• Viajar

 

Fonte: Dr. Fabiano de Abreu Agrela é um PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México e membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva.

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