A obesidade é uma condição caracterizada pelo acúmulo de gordura no corpo causado quase sempre por um consumo de energia na alimentação superior àquela usada pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades do dia a dia, ou seja, a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente.
Segundo os dados da pesquisa Vigitel 2021, quase seis em cada dez brasileiros (57,25%) estavam com sobrepeso. O índice representa uma oscilação negativa pequena em relação ao ano anterior, quando ficou em 57,5%. Antes da pandemia, em 2019, a taxa era menor, de 55,4%.
A condição era maior entre homens (59,9%) do que entre mulheres (55%). Já na distribuição por faixas etárias, o problema era mais incidente nas faixas de 45 a 54 (64,4%), 55 a 64 (64%) e 35 a 44 (62,4%).
Segundo Fernanda Mondin, Head de Nutrição da orienteme, healthtech que oferece saúde psicológica e nutricional aos colaboradores de empresas, a obesidade é considerada uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) e uma das principais causas de mortalidade. As pessoas com obesidade, ou seja, com Índice de Massa Corporal acima de 30kg/m², têm maior probabilidade de desenvolver outras comorbidades como pressão alta, diabetes, doenças cardiovasculares e até câncer.
Além disso, a pessoa obesa pode ter questões emocionais envolvidas, como depressão, ansiedade e estresse. A dificuldade na locomoção, baixa autoestima, fadiga e cansaço também podem afetar esse indivíduo.
Para ela, as questões que fazem da geração atual ser a mais obesa da história do Ocidente é o aumento do consumo de ultraprocessados. "Esses alimentos, por serem práticos e mais baratos, são muitas vezes escolhidos no lugar de um ‘alimento de verdade’. Os ultraprocessados, se consumidos em excesso, podem gerar diversos danos à saúde, fora a obesidade em si. Isso porque são alimentos produzidos com adição de muitos ingredientes maléficos à saúde, como sal, açúcar, óleos vegetais, conservantes, corantes, entre outros.
A geração atual ‘desembala mais e descasca menos’, muitas vezes, pela falta de conhecimento, mas também pelo aumento do preço dos alimentos e até pela dificuldade na organização", comenta Fernanda.
Obesidade e a produção no trabalho
Uma pessoa obesa normalmente sente mais cansaço e isso afeta diretamente sua produção do trabalho e qualidade de vida.
"A obesidade interfere na produtividade, não só pela fadiga e cansaço frequentes, mas também por aumento do absenteísmo no trabalho devido a problemas de saúde como alteração da pressão arterial e/ou açúcar no sangue", explica e exemplifica Fernanda.
Então, o acompanhamento multidisciplinar é extremamente importante para a saúde dessas pessoas. Isso porque, na maioria dos casos, as questões física, alimentar e emocional estão presentes em pacientes obesos. O tratamento em conjunto, com um profissional nutricionista, orientador físico e terapeuta é muito mais eficaz, além, claro, de um médico especialista, normalmente um endocrinologista.
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