SAÚDE

Em outubro, o projeto verão ainda é possível?

Com a aproximação do verão e dos períodos festivos de final de ano, a busca pelo emagrecimento aumenta e começa uma corrida pela perda de peso

Em outubro, o projeto verão ainda é possível? Em outubro, o projeto verão ainda é possível?
Crédito: BANCO DE IMAGENS

O verão está se aproximando, época em que as pessoas mais querem ficar em forma para aproveitar uma praia, cachoeira ou clube. Porém, nem sempre os aproveitadores veraneios estão em dia com o corpo e para poder aproveitar o período da melhor forma possível, começa uma corrida pelo emagrecimento. Daí a questão: já estamos em outubro, ainda dá tempo?  

 

Segundo a Dra. Sarina Occhipinti, especialista em clínica médica e em nutrição funcional, a resposta é: "Depende, se você precisa perder muitos quilos, não é possível. Por exemplo, aqui no consultório, eu passo uma dieta para que a pessoa perca até um quilo e meio por semana. Então, no Natal, ela estará com 10 a 12 quilos abaixo do seu peso atual. Mais que isso, é muito sacrificante. Mas o curioso é que sempre que chega outubro, a demanda pelo emagrecimento rápido cresce mesmo. Costumo chamar esse desespero para emagrecer nesta época de Outubrite”, explica.

 

Para a especialista, ainda que seja desejável perder mais de doze quilos é importante começar o tratamento o quanto antes. “Se de outubro a dezembro você alcançar essa marca e conseguir perder realmente doze quilos, em janeiro, sua saúde estará melhor e continuará o tratamento para perder o restante que precisa. O que importa é começar o quanto antes e não parar. A atenção com o metabolismo é um processo que precisa ser contínuo”, sugere.

 

Falando em metabolismo, uma boa rotina é fundamental para a manutenção. O segredo para tratar obesidade e para alcançar a perda de peso não está nas dietas extremamente restritivas e consumo de remédios taxados como emagrecedores.

“Nada de regimes mirabolantes. Alguns profissionais costumam receitar remédios da moda, dieta hipocalórica e atividade física, esse procedimento funciona no começo, mas daqui a três meses, o paciente terá o efeito rebote e pode chegar, inclusive, a pesar mais do que antes de iniciar esse tratamento”, alerta a médica.

 

O profissional precisa saber a causa da obesidade, estudar a doença em si e o indivíduo. “O problema não é o obeso, é necessário entender o que acontece no organismo dele. Hoje, sabe-se que os mecanismos do cortisol no corpo humano auxiliam no ganho de peso e é o maior causador da obesidade moderna, por exemplo”, esclarece.

Dra. Sarina ainda destaca a importância do tratamento multidisciplinar para a perda de peso e gordura. A médica defende que para ter um resultado eficaz e duradouro, o ideal é trabalhar três pilares.  

 

“O primeiro pilar é o bioquímico. Nele, criamos processos bioquímicos para desinflamar o corpo, podemos usar vitaminas e alguns suplementos para auxiliar. Aqui também tratamos os hormônios. O segundo é o metabólico, entender como funciona o gasto de energia em cada paciente e, assim, prescrever a atividade física ideal, informando como ela deve ser feita, por quanto tempo, os principais exercícios para compor o treino, além dos alimentos que precisa consumir e, se necessária, a suplementação. O último, se não for feito, de nada adiantam os dois anteriores. Ele é o pilar neurocomportamental. É importante contar com um psicólogo para fazer um trabalho de autoestima e de estresse que associe às estratégias médicas”, detalha Dra. Sarina.  

 

A especialista assinala que emagrecer não é um bicho de sete cabeças. “Basta colocar em prática o tratamento mais indicado para cada caso. Não existe milagre e nem receita pronta. O processo precisa ser associado a exercícios físicos intervalados de alta intensidade associados à musculação. A prática da atividade é condição obrigatória para o tratamento e sela o emagrecimento definitivo”, finaliza.

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