Segundo dados divulgados pelo IBGE em conjunto com o Ministério da Saúde, uma em cada três crianças no país entre cinco e nove anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Até setembro de 2022, mais de 340 mil foram diagnosticadas com obesidade pelo relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, em uma quantia que cresceu significativamente com a pandemia.
Boa parte desses números revelam maus hábitos não apenas no que tange a alimentação, mas também à falta de exercícios físicos. O sedentarismo, que foi ainda mais impulsionado pelo isolamento social durante a pandemia, é um dos fatores que agrava a obesidade e os problemas ortopédicos. Soma-se também fatores genéticos e hormonais e até problemas psicológicos, que alteram o comportamento da criança e geram compulsões alimentares. Em um estudo feito pela faculdade de medicina da USP, a pandemia foi responsável por cerca de 36% dos casos de depressão nesses pacientes.
As consequências para o agravamento da obesidade infantil são nítidas, cuja longa exposição sem o tratamento adequado pode desencadear problemas cada vez mais graves para a qualidade de vida dos pequenos conforme seu crescimento. Essa relação foi, inclusive, comprovada em uma pesquisa feita pela Gallup Organization (EUA) com mais de um milhão de pessoas, a qual relatou que a obesidade pode aumentar a incidência de dores ósseas, musculares e articulares, como artrite, fibromialgia e, claro, desconfortos na coluna.
Isso se explica, pois, quanto maior o ganho de gordura, principalmente, na parte abdominal, o centro de gravidade do corpo tende a alterar gradativamente, elevando o arco natural da nossa postura e, com isso, exercendo uma maior pressão sobre os músculos e ligamentos das costas e da região lombar. O deslocamento do disco vertebral, além da dor consequente, prejudica a mobilidade do paciente e tende a gerar muitas outras consequências.
Quando não combatida em tempo hábil, essa condição pode dificultar que as crianças e adolescentes realizem diversas atividades, tarefas diárias e, até mesmo, que consigam brincar e se divertir. Em casos mais graves, quando não tratados, há o risco de sofrerem falecimento prematuro ao atingirem a fase adulta, visto que a tendência de permanecerem com sobrepeso ao longo de seu crescimento é alta.
Por esses motivos, é importante que os pais desempenhem um papel ativo junto aos profissionais de saúde para reduzir o Índice de Massa Corporal (IMC) das crianças o quanto antes, através de mudanças rigorosas que não se limitem aos seus hábitos alimentares. Como costumam ser mais adeptas a essas alterações ainda enquanto jovens, pode ser mais fácil iniciar um estilo de vida mais saudável a elas desde cedo, prevenindo que esse diagnóstico piore e cause consequências severas em suas vidas.
Além de uma dieta equilibrada, a prática frequente de atividades físicas é sempre recomendada, considerada como uma aliada importante para a manutenção de um corpo ativo e saudável. Uma boa rotina de sono também é extremamente importante, uma vez que este é um fator diretamente relacionado a fatores emocionais e, ainda, ao controle do peso de todos.
Todas essas mudanças comportamentais são defendidas pela própria OMS como atitudes essenciais ao combate da obesidade infantil e aos seus impactos à coluna. Essa é uma condição extremamente preocupante e que deve ser combatida o quanto antes, inserindo alimentos mais saudáveis nas rotinas dos pequenos junto a exercícios e comportamentos que, juntos, contribuam para um corpo mais saudável e uma melhor qualidade de vida para seu crescimento.
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