SAÚDE

A saúde mental dos atletas olímpicos

A psicóloga Rosângela Casseano fala sobre a pressão psicológica que os jovens atletas enfrentam no evento mais importante do esporte mundial

A saúde mental dos atletas olímpicos Crédito: Banco de imagens

Finalmente, as Olimpíadas, o maior e mais prestigiado evento esportivo do mundo. Há muita expectativa e orgulho em relação aos resultados, pois cada conquista de medalha nos fortalece como nação. Sonho de todo atleta, a jornada de um jovem rumo às Olimpíadas é repleta de desafios em um ambiente extremamente competitivo que vão muito além do treinamento físico.

“A pressão psicológica que enfrentam é imensa e complexa, refletindo não só suas aspirações pessoais, mas também as expectativas de um país inteiro. A busca pela medalha de ouro pode ser a realização de um sonho, mas, ao mesmo tempo, representa um fardo significativo que afeta sua saúde mental”,  diz Rosângela Casseano, psicóloga, terapeuta cognitivo comportamental e CEO da PsicoPass. 

Os medos e inseguranças são companheiros constantes dos atletas. O temor de não corresponder às expectativas, de falhar diante da plateia e de desapontar aqueles que investiram tempo e recursos em sua preparação pesa enormemente em seus ombros. Essa ansiedade pode manifestar-se de várias maneiras: insônia, dificuldade de concentração e até crises de ansiedade. A pressão para se destacar em um evento global pode fazer com que a competição se torne um fator estressor, comprometendo a performance e o bem-estar mental dos jovens.

Para lidar com esses desafios, é fundamental que os atletas desenvolvam uma preparação psicológica robusta. “Técnicas como a visualização, o treinamento de mindfulness e a gestão do estresse são ferramentas valiosas que podem auxiliá-los a manter a calma e o foco durante as competições. O acompanhamento psicológico se torna indispensável nesse processo, permitindo que os atletas explorem suas emoções, trabalhem suas inseguranças e desenvolvam estratégias para enfrentar a pressão de maneira mais saudável”, explica a terapeuta.

Além disso, a construção de um suporte emocional sólido — que inclua familiares, amigos, treinadores e profissionais de saúde mental — é crucial. O sentimento de acolhimento e compreensão pode auxiliar na mitigação do estresse e ajudar os jovens a perceberem que seu valor não está atrelado apenas à conquista de medalhas.

A expectativa do público também desempenha um papel importante na experiência do atleta. O apoio da torcida é fundamental e pode servir como fonte de motivação e encorajamento, mas também pode acentuar a pressão. Os jovens atletas precisam aprender a gerenciar essas expectativas externas, mantendo o foco em suas metas e no processo que os levou até ali.

“Em última análise, as Olimpíadas representam não apenas a busca pelo triunfo esportivo, mas também uma oportunidade para o autoconhecimento e a superação de limites. O fortalecimento da saúde mental desses jovens, aliada ao desenvolvimento de estratégias para enfrentar o estresse e a pressão, será essencial não só para sua performance durante a competição, mas também para sua vida após o esporte. O sucesso deve ser medido não apenas em medalhas, mas em resiliência e bem-estar emocional”, finaliza Casseano.

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