As doenças reumáticas afetam mais de 38 milhões de pessoas em todo o mundo, com 15 milhões de casos registrados no Brasil. Entre os tipos mais prevalentes estão as artrites, sendo a artrite reumatoide uma das mais comuns. Atualmente, essa condição atinge cerca de 2 milhões de brasileiros, conforme dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Embora seja mais frequente em mulheres entre 30 e 40 anos, a doença pode afetar pessoas de qualquer idade, inclusive crianças. Pensando nisso, o Dia Mundial da Artrite Reumatoide, celebrado em 12 de outubro, tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e dos cuidados adequados.
“A Artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que se inicia com dor, calor, edema, extensão e limitações de movimento, principalmente nas articulações das mãos, punhos, pés, tornozelos, joelhos e coluna cervical", explica Márcia Veloso, reumatologista do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim”.
Os sintomas mais comuns ainda incluem desconforto, especialmente nas primeiras horas do dia, rigidez, inchaço e fadiga excessiva. Ainda que seja uma condição sem cura, o tratamento adequado, aliado a hábitos saudáveis, permite controlar as ocorrências e melhorar significativamente a qualidade de vida.
"Se a pessoa notar a presença de alguns desses sintomas por um período superior a seis semanas, é crucial buscar ajuda de um reumatologista, pois pode ser um indicativo de Artrite Reumatoide. É preciso alertar que esse quadro, sem o tratamento adequado, tende a resultar em perda de movimento nas áreas afetadas e atrofia muscular regional”, afirma a médica.
Ela explica que, de início, além do tratamento medicamentoso é extremamente necessário adotar medidas complementares como fisioterapia e terapia ocupacional para preservar a mobilidade e a funcionalidade das articulações. No entanto, à medida que os sintomas passam a melhorar, a prática regular de atividades físicas se torna igualmente crucial e faz toda a diferença.
Muitos pacientes com o diagnóstico temem que a realização de atividades físicas possa piorar a dor ou trazê-la de volta, mas a ciência atesta o contrário. “A maioria das atividades físicas melhora a circulação sanguínea, incrementa a mobilidade e fortalece os músculos, o que é particularmente benéfico para quem tem problemas nas articulações. Esse quadro reduz a sobrecarga nas áreas afetadas”, complementa Washington de Souza, profissional de educação física do CEJAM.
Entre as atividades recomendadas por ele estão exercícios de baixo impacto, como caminhadas e atividades aquáticas. “A caminhada favorece a circulação sanguínea e diminui o desconforto. Já a natação e a hidroginástica minimizam o impacto, permitindo que os pacientes se exercitem sem sentir dor intensa”, ressalta.
Outras práticas como alongamento, pilates e yoga também são indicadas, pois, além de melhorarem a flexibilidade e fortalecerem músculos específicos, ajudam a aliviar a dor e melhoram a mobilidade.
O profissional destaca que a musculação e o treinamento funcional com pesos ou elásticos, quando realizados corretamente, também fortalecem os músculos ao redor das articulações, já que são exercícios que contribuem para a redução da pressão sobre as áreas afetadas.
Por outro lado, existem práticas que são desaconselhadas para pessoas com artrite. Atividades de alto impacto, especialmente durante períodos de dor aguda, não são recomendadas. Corridas, saltos ou esportes que impõem grande estresse nas articulações, como futebol, basquete e vôlei podem intensificar a dor e a inflamação.
Cuidados diários que potencializam o tratamento
Além da atividade física, outros hábitos diários podem ajudar a aliviar os sintomas da artrite e melhorar o bem-estar. “A crioterapia, por exemplo, é uma ótima aliada para reduzir o inchaço e a inflamação. Já para o alívio da dor muscular, compressas quentes são indicadas, pois favorecem o relaxamento e a circulação”, orienta Washington.
Manter uma alimentação saudável e equilibrada é outro aspecto fundamental nessas horas, pois além de auxiliar no controle do peso, uma boa dieta pode amenizar o processo inflamatório.
“E não menos importante é preciso buscar a qualidade do sono, já que durante o período de descanso, o corpo realiza a recuperação e reparação dos tecidos”, finaliza.
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