O câncer de pele é o tipo mais comum da doença no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é estimado que tenham sido registrados mais de 190 mil novos casos de câncer de pele não melanoma apenas em 2024, e pessoas que têm uma alta exposição solar frequente, o que inclui também os atletas, profissionais ou não, compõem um dos grupos mais suscetíveis a esse risco.
Segundo o dr. Luiz Henrique Araújo, oncologista do Hospital São Lucas Copacabana e do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), que fazem parte da Dasa, isso ocorre por causa da radiação ultravioleta (UV) constante em áreas da pele expostas ao sol, como o rosto, o pescoço, as mãos e até mesmo o couro cabeludo. “Quanto maior a exposição, principalmente nos horários de maior incidência solar, como das 10h às 16h, maior é a chance de desenvolver um tipo de câncer de pele. Então, atletas que praticam modalidades que exigem a atuação ao ar livre, como vôlei de praia, surfe, corrida, futebol e triátlon, acabam ficando mais vulneráveis ao risco.”
Pessoas com a pele clara, os olhos claros e o cabelo loiro ou ruivo têm predisposição ainda maior a desenvolver câncer de pele, uma vez que possuem menos melanina, biomoléculas que dão pigmento à pele e ajudam a protegê-la dos danos causados pela radiação ultravioleta. Além disso, aquelas com histórico familiar da doença ou que já tiveram queimadura solar grave também estão em risco aumentado.
“Muitos atletas casuais que vão à praia, ao parque ou apenas saem de casa para praticar alguma atividade, usam roupas que não protegem a pele de forma adequada durante os dias mais quentes”, explica o oncologista. “Além do protetor solar de fator igual ou superior a 30 FPS, que deve ser reaplicado a cada duas horas ou depois de transpiração intensa ou contato com a água, é indicado o uso de roupas com proteção UVA e UVB que cubram a maior parte da pele para evitar que os raios solares tenham contato com ela.”
Os principais sintomas do câncer de pele incluem o aparecimento de manchas ou lesões na pele que mudam de cor, tamanho ou aspecto ao longo do tempo. Porém, esse sinal pode variar de acordo com o tipo da doença: o carcinoma basocelular, por exemplo, pode se manifestar como uma lesão pequena e brilhante, enquanto o espinocelular tende a gerar feridas ou crostas que não cicatrizam. Além disso, se a lesão sangrar ou coçar, pode ser um indicativo de alerta. Em qualquer um desses cenários ou em casos de sangramento ou coceira, é recomendado que o paciente busque orientação médica especializada para avaliação da mancha ou lesão.
“Quando falamos em câncer, é essencial lembrar o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo um caso de câncer for diagnosticado e tratado de forma adequada, mais fácil tende a ser a recuperação do paciente. Por isso, é importante que as pessoas conheçam o próprio corpo, principalmente as pintas, as manchas e os sinais que têm, para que possam identificar com rapidez o surgimento de uma mancha ou lesão preocupante. Fazer visitas regulares ao seu médico de confiança é outra forma de cuidar da saúde e rastrear um possível câncer de pele inicial, então, deve fazer parte da rotina médica de todos, em especial dos atletas”, detalha o dr. Luiz Henrique.
O câncer de pele não melanoma é o mais comum entre os brasileiros e engloba o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. O carcinoma basocelular é o mais frequente e, geralmente, se manifesta em áreas expostas ao sol, enquanto o carcinoma espinocelular pode apresentar um crescimento mais rápido e invasivo. Já o tipo melanoma, apesar de menos comum, é o mais agressivo e pode se espalhar para outros órgãos, o que representa uma ameaça significativa à saúde.
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