PALAVRA DO ESPECIALISTA

Imunologia feminina: as infecções do trato urinário (ITU) em mulheres e a prática de exercícios Físicos

As infecções do trato urinário (ITU) são condições comuns em mulheres, devido a fatores anatômicos e fisiológicos específicos do sexo feminino

Imunologia feminina: as infecções do trato urinário (ITU) em mulheres e a prática de exercícios Físicos Crédito: Banco de imagens

1. Introdução

As ITUs são uma das condições médicas mais prevalentes entre mulheres, com maior incidência durante a idade reprodutiva. Caracterizam-se por infecções bacterianas, principalmente causadas por Escherichia coli. Esse quadro é influenciado pela anatomia urogenital feminina, fatores hormonais e imunológicos. Além disso, o impacto dos exercícios físicos sobre a imunidade feminina pode ser um fator relevante na suscetibilidade a essas infecções.

2. Fisiopatologia das ITUs em Mulheres

A proximidade entre a uretra e o ânus, o comprimento reduzido da uretra e as alterações hormonais durante o ciclo menstrual, gravidez e menopausa são fatores predisponentes às ITUs. As bactérias patogênicas colonizam a uretra e podem ascender ao trato urinário superior, desencadeando cistite ou pielonefrite. O sistema imunológico desempenha papel crucial na defesa contra essas infecções, envolvendo células fagocíticas, linfócitos e mediadores inflamatórios.

2.1. Imunologia Feminina e as ITUs

A resposta imunológica no trato urinário inclui a produção de citocinas, como IL-6 e IL-8, e a ativação de macrófagos e neutrófilos. Alterações hormonais podem modular a imunidade, tornando as mulheres mais suscetíveis em determinados períodos, como na menopausa.

3. Exercícios Físicos e o Sistema Imunológico

3.1. Efeitos Positivos dos Exercícios

Atividades físicas regulares e moderadas melhoram a resposta imunológica, aumentando a circulação de células imunes, como linfócitos T e natural killers (NK), e diminuindo os níveis de inflamação crônica. Isso pode reduzir a incidência de ITUs, especialmente em mulheres com estilo de vida sedentário.

3.2. Efeitos Negativos dos Exercícios Intensos

Treinos extenuantes podem induzir um estado de imunossupressão transitória, conhecido como “janela aberta”, durante o qual há maior suscetibilidade a infecções. Esse efeito ocorre devido ao aumento de cortisol e à redução da função de linfócitos e NK, o que pode facilitar o crescimento bacteriano no trato urinário.

4. Prevenção e Manejo das ITUs em Mulheres Fisicamente Ativas

4.1. Estratégias Preventivas

• Hidratação adequada: Reduz a concentração de bactérias na urina.

• Higiene íntima correta: Evita a colonização bacteriana na região periuretral.

• Exercícios moderados: Fortalecem o sistema imunológico sem causar imunossupressão.

• Suplementação e dieta balanceada: Nutrientes como vitamina C, zinco e probióticos auxiliam na modulação imunológica.

4.2. Considerações Específicas para Atletas

Atletas de alto rendimento devem monitorar os sintomas de ITUs e ajustar o volume e intensidade dos treinos. A suplementação com antioxidantes e imunomoduladores pode ser benéfica nesse grupo.

5. Discussão

A prática de exercícios físicos oferece benefícios para a saúde imunológica feminina e pode reduzir o risco de ITUs quando realizada em intensidade moderada. Contudo, treinos excessivos aumentam os riscos, indicando a importância de um equilíbrio no volume de atividade. Fatores como hidratação, alimentação e higiene íntima desempenham papéis complementares na prevenção dessas infecções.

6. Conclusão

A relação entre imunologia feminina, ITUs e exercícios físicos evidencia a importância de práticas saudáveis e equilibradas na saúde da mulher. Orientações sobre intensidade e frequência de treinos, além de medidas preventivas, são essenciais para minimizar o impacto das ITUs em mulheres fisicamente ativas.

Referências Bibliográficas

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Dr. Edson Carlos Z. Rosa

Cirurgião, Fisiologista e Pesquisador em Ciências Médicas, Cirúrgicas e do Esporte

Diretor do Instituto de Medicina e Fisiologia do Esporte e Exercício (Metaboclinic Institute), Diretor Executivo do Centro Nacional de Ciências Cirúrgicas e Medicina Sistêmica (Cenccimes) / Diretor Executivo da União Brasileira de Médicos-Biocientistas (Unimédica) /  Presidente e Fundador da Ordem Nacional dos Cirurgiões Faciais (ONACIFA), Presidente e Fundador da Sociedade Brasileira de Medicina Humana (SOBRAMEH) e Ordem dos Doutores de Medicina do Brasil - ODMB, Doutor em Ciências Médicas e Cirúrgicas (h.c),

Pós-graduado em Clínica Medica - Medicina interna, Medicina e Fisiologia do Esporte/Exercício, Nutrologia e Nutromedicina, Fisiologia Humana Geral aplicada às Ciências da Saúde.

Escritor e Autor de Diversos Artigos na área de Medicina Geral, Medicina e Endocrinologia do Esporte, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Neurociência e Comportamento Humano.

Fundador-Gestor do e-Comitê Mundial de Médicos do Desporto e Exercício (Official World Group of Sports And Exercise Physicians), Fundador-Gestor Internacional de Cirurgiões Craniomaxilofaciais (The Official World Group of Craniomaxilofaciais Surgeons).

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