Alimentação e Lipedema: como a nutrição pode aliviar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida

Apesar de ainda ser pouco conhecido, o lipedema afeta milhares de mulheres e, em muitos casos, passa anos sem diagnóstico. Ele se caracteriza pelo acúmulo de gordura de forma desproporcional em áreas como pernas, quadris e braços, frequentemente acompanhado por dor, inchaço e sensibilidade ao toque.

O tratamento é multidisciplinar, mas a alimentação tem um impacto direto nos sintomas e pode ser uma grande aliada na rotina de quem convive com a condição. Pensando nisso, a nutricionista esportiva Alice Paiva, especialista em emagrecimento e reeducação alimentar, compartilha orientações práticas para melhorar a qualidade de vida de quem vive com o lipedema.

O que você come pode piorar (ou aliviar) os sintomas

Muita gente não sabe, mas alguns alimentos podem intensificar o processo inflamatório característico do lipedema. Por isso, o primeiro passo é entender o que está no seu prato. “Produtos ultraprocessados, ricos em açúcares e farinhas refinadas, além de óleos vegetais como o de soja e milho, estão diretamente ligados ao aumento da inflamação e retenção de líquidos, o que tende a agravar a dor e o inchaço”, explica Alice.

A presença constante desse tipo de alimento na rotina estimula a liberação de substâncias inflamatórias no organismo, como as citocinas, que ampliam o desconforto. Além disso, o excesso de açúcar também está relacionado à resistência à insulina.

Outro vilão pouco percebido no dia a dia é o sódio. Embutidos, snacks, molhos prontos, biscoitos recheados, refrigerantes favorecem a retenção hídrica, um sintoma comum em pacientes com lipedema. Por outro lado, manter-se bem hidratada e consumir alimentos com alta concentração de água, como melancia, pepino e chás naturais, ajudam a aliviar os sintomas da doença.

O que vale incluir na rotina?

Mais do que eliminar, é essencial incluir os alimentos certos “Proteinas magras como salmão, tilapia e ovos , vegetais verde-escuros, frutas vermelhas e especiarias como cúrcuma e gengibre são ricos em antioxidantes e compostos que ajudam a reduzir a inflamação e a melhorar a circulação”, destaca a nutricionista.

Dois padrões alimentares se destacam no manejo do lipedema: a dieta mediterrânea, baseada em alimentos frescos, azeite de oliva e grãos integrais e a abordagem low carb, que ajuda a estabilizar os níveis de glicose e insulina. Mas, claro, não existe fórmula única: o ideal é adaptar a estratégia à realidade de cada pessoa, sempre com acompanhamento profissional.

Embora o glúten e a lactose não precisem ser cortados por todos os pacientes, muitas pessoas relatam melhora dos sintomas ao reduzir seu consumo, especialmente quando há sensibilidade individual ou desconforto gastrointestinal associado. “O lipedema precisa ser visto de forma integrada. A nutrição não substitui outros tratamentos, mas potencializa seus efeitos. A alimentação certa reduz inflamações, melhora a circulação e, principalmente, devolve qualidade de vida”, finaliza a nutricionista.

E os suplementos? Eles podem ajudar sim!

Com orientação profissional, o uso de suplementos pode trazer benefícios reais. “Nutrientes como ômega-3, vitamina D, magnésio e flavonoides, além de ativos como castanha-da-índia, centella asiática e picnogenol, auxiliam na saúde vascular, no sistema linfático e na redução de desconfortos articulares”, explica Alice.

Sobre: Alice Paiva é nutricionista esportiva especializada em emagrecimento e reeducação alimentar. Com vasta experiência no desenvolvimento de estratégias nutricionais personalizadas, Alice se destaca pela abordagem prática e eficaz, que permite a seus pacientes alcançarem seus objetivos de forma saudável e sustentável. Reconhecida pelo trabalho focado na educação alimentar, Alice incentiva escolhas inteligentes e substituições nutricionais que favorecem o equilíbrio e a qualidade de vida, sempre valorizando o sabor e o prazer à mesa.